(Por Eveline de Abreu)
Mais e mais alunos têm ingressado na pós-graduação com deficiências estruturais na escrita de trabalhos acadêmico-científicos, o que compromete a qualidade de sua produção intelectual, em maior ou menor grau. Uma parte da dificuldade está no domínio básico da metodologia da pesquisa científica, disciplina apenas introdutória e instrumental oferecida na graduação. Se, ao lado disso, considerarmos que se escreve cada vez menos e os professores – premidos pelo acúmulo de atribuições – dispõem de pouco tempo para um feedback detalhado dos trabalhos redigidos, resta que o exercício desse aprendizado sofre uma espécie de atrofia. Outra, nada negligenciável, reside no domínio dos conteúdos teórico-conceituais implicados no tema/problema de pesquisa eleito para sua monografia, dissertação ou tese, importantes porque são eles que dão verticalidade, densidade e consistência à produção do conhecimento.
A produção científica requer habilidade argumentativa e dissertativa, e a qualidade da redação é o terceiro fator decisivo para a excelência do trabalho, assim como para o futuro profissional do aluno-pesquisador. Nada adianta proceder a problematizações, se ele não souber traduzir o trabalho intelectual em uma escrita clara, lógica, consistente e concisa. Textos que demandam revisão além de concordância, regência, pontuação e ortografia constituem indício suficiente de que o aluno não soube articular e registrar suas ideias a contento.
Não raro, isso, e mais a confusão estilística, se não obriga o professor-orientador a cumprir uma função que não lhe cabe, transfere para o revisor a tarefa de reescrever o trabalho, numa coautoria compulsória de um tema que não lhe pertence. Mas não é só. Se na pós-graduação – experiência única e tempo de investimento – o aluno se limita a cumprir o mero ritual de fachada para obtenção de diploma, um razoável contingente de profissionais desprovido de capital intelectual será despejado em um mercado de hiperconcorrência para, em seguida, ser despejado dele. Vale lembrar, a propósito, que o capital intelectual, no transcurso das quatro últimas décadas, tem sido justamente o principal móvel para a conquista de boas remunerações e para o acesso a uma vida qualificada.
Aprender a redigir pode ser uma atividade apaixonante para que a discussão dos conceitos, a estruturação do pensamento e a organização das ideias se juntem na mesma escrita. E a autonomia acontece quando cada qual se torna leitor crítico da própria produção intelectual/textual. Esse tem sido meu testemunho como professora, revisora e pesquisadora em bibliotecas universitárias. Se você é sensível a essas questões e crê que vale a pena lançar-se no desafio e na aventura de escrever bem, entre em contato. Pode me enviar um texto, desde que seu, é claro, que não lhe custará nada ver como funciona!
Saudações cordiais!
Eveline de Abreu.
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Eveline de Abreu