Músicas e ritmos de Cabo Verde estão cada vez mais presentes nos eventos na Suíça

Por Augusto Lopes –

Beth & Patrícia é o nome do duo musical mãe e filha, ambas de naturalidade cabo-verdiana, a residir em Genebra, e além do amor que as une pelo laço familiar têm em comum a paixão pela música.

Beth Carvalho é autodidata e desde cedo, na infância, acompanhava seu pai à guitarra, nos inúmeros convívios na Cidade da Praia, em Cabo Verde.

Mais tarde, no ano de 1987 ganhou uma bolsa de estudos da Confederação Suíça, estabelecendo-se em Genebra e a paixão pela música foi assim transmitida para sua filha Patrícia Carvalho que, com apenas 14 anos, ingressou no Conservatório de Música de Genebra, tendo seguido formação em piano clássico, canto lírico e jazz.

O grupo Beth & Patrícia surgiu assim da cumplicidade de ambas com as raízes musicais de Cabo Verde, amenizando desta forma a distância que separa estes dois países.

Miss Sodadi é o título do recente CD deste duo musical e seus agradáveis ritmos  convidam-nos a uma viagem ao interior destas ilhas do Atlântico, conhecer a simplicidade e simpatia de suas gentes…

Beth é a compositora e produtora deste álbum musical, e através deste estilo musical, como as coladeiras e as mornas, revela-nos o amor profundo e as saudades da infância passada em Cabo Verde. Ao ritmo do funaná e o do batuko sentimo-nos assim embalar nesta viagem e melhor conhecer o dia – a – dia de seu povo, as suas necessidades, e as dificuldades de quem vive neste arquipélago, de certo modo isolado e distante do continente, onde a música  está bem presente, no coração e na alma!

Tendo já realizado atuações em vários países como: a França, Holanda, Portugal e Cabo Verde, este duo é cada vez mais solicitado pelas entidades culturais suíças. Encontrámos este grupo a fazer um concerto no dia 13 de agosto, na cidade de Carouge, (cantão de Genebra) e o nosso jornal aproveitou esta ocasião para lhes fazer uma entrevista.

Augusto Lopes (AL): Beth, como surgiu o convite para virem atuar neste evento, na cidade de Carouge?

 (Beth): A música Cabo Verdiana está na moda e isso é cada vez mais evidente! O nosso grupo, de certo modo, tem também contribuído para isso, pois os nossos espetáculos têm despertado ainda mais ainda a curiosidade das pessoas e geralmente no fim do espectáculo vêm sempre falar connosco para saber mais sobre o nosso trabalho musical. O público é a nossa melhor publicidade e certamente alguém solicitou ao Departamento cultural da cidade de Carouge para virmos atuar este evento denominado « Tour de plage ».

(AL): Qual é o segredo para haver cada vez mais grupos de música Cabo Verdiana nos concertos na Suíça?

(Bett): É verdade que a Suíça sempre apreciou a música de Cabo Verde e a prova disso é que os concertos de Cesária Évora esgotavam sempre. Eu penso que são os ritmos das nossas ilhas e o gosto de “viajar” que liga o público a este tipo de música. A nossa diva dos pés descalços, Cesária Évora levou a nossa música aos 4 cantos do mundo e abriu- nos os palcos do mundo. Ainda este mês, uma outra nossa vizinha e artista internacional, Mayra Andrade estará a atuar em Genebra, no Parc La Grange.

(AL): A Beth é a compositora de todos os temas deste vosso CD. O que a inspira para conseguir uma tão agradável harmonia em temas tão diversos como a sodadi, ou Nos Mundo?

(Beth): É difícil responder a sua pergunta. Não consigo explicar como vem a inspiração…Só sei que amo a música, adoro tocar, e posso passar horas com a minha viola! É nestes momentos que surge assim a inspiração para criar as músicas. Para escrever as letras das músicas é necessário estar mesmo inspirada, mas vendo o resultado do nosso CD Miss Sodadi, acho que consegui transmitir o pedaço de « sodadi », que carrego no peito.

(AL): A sua atividade profissional está também ligada à música?

(Beth): Não, nada mesmo. Mas ter o privilégio de fazer duas coisas tão diferentes dá-me um enorme equilíbrio. Formei-me na UNI-GE (Universidade de Genebra), tenho um mestrado em Finanças e há mais de 20 anos sou Diretora Administrativa e Financeira do grupo PGN Holding em Genebra.

(AL): Patrícia, como surgiu a paixão da música na sua vida, sobretudo por decidir seguir o Conservatório de Música de Genebra?

(Patrícia): Acho que já no ventre da minha mãe ouvia e sentia todos estes ritmos. Desde os 4 anos comecei a iniciação à música e nunca mais deixei a música. Ela faz parte de mim.

(AL): Quais os vossos futuros projetos? Tencionam dedicar-se apenas à música?

(Patrícia): O projeto com a minha mãe é para a vida, não é? Tenho ainda o meu projeto a solo, assinei com a marca Genevois Evidence e este ano saiu o meu primeiro trabalho discográfico a solo, o EP(Extended Play)  « Moments », com 6 faixas musicais. Trata-se de um estilo de música R&B Soul music, mas não podia deixar de ter um cheirinho da música Cabo Verdiana.

(AL): Têm outros espetáculos previstos para breve?

(Patrícia): Sim, o EP já saiu nas plataformas digitais mas estou a preparar o lançamento físico já no outono deste ano.

Augusto Lopes

Freelance Press | Journaliste Correspondant
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Président d’ALALS  Académie de Lettres et Arts Luso -Suisse

Membre de l’ Association Portugaise d’Écrivains  (Portugal) 

Membre Correspondant de l’ Union Brésilienne d’ Écrivains (Brésil)

Membre de l’ Associazione Culturale Internazionale Mandala (Italie)

Commandeur de l’ Ordre du Mérite, de l’ ABD ( Académie Brésilienne de Dessin et des Arts Visuels – Brésil)

Ambassadeur des  Arts et des  Lettres,  de la Divine Académie Française des Arts Lettres et Culture (Paris, France)

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