Lucilene Lisboa Rehberg recebe prêmio do concurso da Casa Brasil Liechtenstein 2018

Lucilene Lisboa Rehberg, natural de Santa Brigida, Bahia, Brasil, recebe prêmio do 3° lugar no concurso do III Salão das Artes da Casa Brasil de Lichtenstein na exposição intitula “O homem, o projeto do mundo”

Segundo a Lucilene “A linguagem fotográfica me levou à busca das minhas raízes no sertão que ficou para trás desde meu nascimento quando meu pai, que era de lá, faleceu. Como minha mãe voltou às suas origens em São Paulo, deixando o sertão marcado em suas pegadas depois da viuvez, perdi o contato com o local de meu nascimento. Este autoral materializou-se como uma forma de desvendar as feições, as cores, as texturas, os cheiros e os sabores do universo geográfico e cultural de minhas raízes.

“Artérias emaranhadas”, título do autoral foi um dos autorais entregue na conclusão do curso, foi também destacado entre os 28 melhores do ano 2017 sob curadora de Rosely Nakagawa, aquela que foi a primeira curadora de Sebastião Salgado. Além de ter passado por duas exposições em São Paulo, passou em Berlim em fevereiro deste ano.”

Descrição da obra

A obra “Aurora da Mãos-Terra” é um elogio às mãos e leva consigo, ao plano da elevação, ambos os frutos da Mãe-Terra: o fruto-homem e o fruto uru-ku (urucum é originário do tupiuru-ku, que significa “vermelho”). Sacralizados e cúmplices, carregam binominalmente suas sementes. Em comunhão, terra, corpo e vidas, se misturam e em resignação adubam o futuro, que em todos os reinos representam o pó. O pó da terra, do qual brotam sementes e plantas, pedras, seivas e sonhos. Insumos que alimentam o grande ciclo, o ciclo da vida. É um olhar para o sagrado ritual que evoca o humano e a natureza. Homem e fruto, em gesto, ato e coloração de um ritual tão ancestral, quanto singular.  A semente do homem – esculpida pela rudeza do mundo, demarca na pele sulcos, de uma geografia de linhas que mimetizam raízes. A semente do fruto uru-ku, camuflado em sua carapaça de espinhos, deitada nas mãos do homem, também sangra e verte a tintura vermelha, que cura e adorna o índio, o filho dos campos. Na aurora do olhar, uma tela em tom pastel, aplaca espinhos, o sangue se entremeia no imaginário e a vida verte por um modo de compor que semeia imaginações.

Curriculum

Lucilene Lisboa Rehberg, fotógrafa brasileira, residente na Alemanha, tem construído um trabalho autoral com percursos vinculados à sua pesquisa como doutoranda com formação múltipla, oriunda das Letras, Linguagem, Cognição, Herança e Sociedade.  Suas exposições internacionais e no Brasil coincidem com um ponto agudo e de revelo com o contemporâneo, desvelando um lugar como artista visual notadamente sensível e atenta aos enigmas dos fluxos, das origens e errâncias. Em seus movimentos, Lucilene Lisboa inspira reflexões sínteses indagando de onde viemos, o que vemos e o que nos toca.

FOTO: (da esquerda para a direita)
Os vencedores do concurso ” “O Homem, o Projeto do Mundo”: Rosa Dos Anjos (3° lugar), Claudia Cândido (1° lugar), Exmo. Sr. José Borges Júnior (Embaixor do Brasil na Suíça e em Liechtenstein que entregou os prêmios), Lucilene Lisboa Rehberg (2° lugar) e Denise Cruz (diretora-fundadora da V Junifest 2018 Casa Brasil Liechtenstein).

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